sexta-feira, 29 de agosto de 2014

SOBRE O ÍMPETO


"Eu luto contra minha preguiça 
essa areia movediça que não me deixa partir"*

Nesses versos há uma breve descrição de que a indolência dificulta os primeiros passos de qualquer iniciativa e te arrasta para trás. Esta não faz parte da visão do empreendedor, é o seu contrário. Para a canção do empreendedor a automotivação é o tom. 

Estes profissionais têm um perfil diferente. Possuem capacidades que os ajudam a buscar novas possibilidades de negócio: têm percepção de oportunidades; entendimento que riscos existem e devem ser levados em consideração para que não sejam levianos com o próprio investimento; conhecem o negócio onde "se aventuram"; focam em resultados específicos; são persuasivos e autoconfiantes.  

Mas antes de tudo existe aquela vontade maior de ter autonomia sobre seu próprio negócio. Ser dono do seu próprio nariz. Autonomia sobre sucesso e rejeição da possibilidade de fracasso. O empreendedor é aquele que mais trabalha, pois de seu suor depende seu sucesso. 

O economista e antropólogo tcheco Joseph Schumpter, em seu livro póstumo "História da análise econômica", entendeu o empreendedor como um agente de mudança da economia. E assim o é, trazendo junto com o ímpeto, uma grande necessidade de inovar, mudar o panorama e obter resultados com isso.

Nessas marés sempre agitadas de nossa economia, o empreendedor navega sobre sua prancha com constância e equilíbrio. Os empreendedores devem perceber a importância do aprendizado, e que são os efetivos agentes de mudanças para si e para o mercado em geral.

Nas últimas semanas tive oportunidade de falar com profissionais que têm este diferencial ; com motivação para criar novas soluções e gerar novos negócios, falando com propriedade e empolgação sobre seus projetos.

Veio à cabeça outro verso, desta vez do Emicida: 


"...você não percebeu que você 
é o único representante do seu sonho 
na face da Terra?"

Então, vale para todos, empreendedores ou não: levanta e anda.



* Os versos da canção "Nada pra colher no jardim" 
do compositor, cantor, apresentador e ator 
Paulinho Moska, não creio que sejam confessionais 
pois suas criações artísticas são particularmente ricas, 
criativas e contemporâneas; 
também um empreendedor em sua carreira.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

OLHAR FORA DO AQUÁRIO


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O Betta splendens é um peixe ornamental que se colocado no aquário com outro de sua espécie pelo seu temperamento agressivo, luta por seu espaço até que seu oponente seja vencido. É um peixe muito bonito e pode ser achado em uma variedade de matizes que realmente ornam seu pequeno mundo. São seres únicos; entretanto, o indivíduo sempre será um ser solitário preso em um aquário.


Tenho conversado com grandes colegas de trabalho de antigas empresas ou projetos. Pessoas com habilidades distintas e de segmentos completamente diferentes. Conversamos muito sobre este ou aquele assunto. Vejo que minhas ações carregam um pouco de cada um deles. 

Sempre procurei observar, sobretudo, os profissionais que tinham pontos de vista completamente divergentes aos meus.Com alguns, chego a alinhar meus pensamentos e com outros tomamos rumos diferentes, sobre como desenhar melhores soluções ou onde apertar ou afrouxar as cordas em momentos mais agudos na gestão das operações ou projetos. Vejo que para qualquer que seja o tema que debatemos, há sempre um local onde as paralelas se encontram: as equipes que geram as melhores soluções são as representadas por equipes multidisciplinares.


A possibilidade de utilizar profissionais com diferentes perfis traz respostas mais qualificadas às soluções. Faz com que a realização flua com maior eficiência e agilidade. O pensamento sobre as “equipes especialistas” está dando lugar a um olhar mais plural. A possibilidade de realizar, aceitando novas ideias no decorrer do processo, adaptar onde necessário e entregar uma solução nova e diferenciada parece ser a expectativa do mercado.


É bom lembrar que produtos e serviços surgem das necessidades humanas. A concorrência entre as empresas por soluções diferenciadas para atender a estas necessidades é enorme.


Montar equipes com visões, atividades, legados diversificados e autodirigidas pode ser a saída mais adequada para quem deseja ser destaque em seu segmento. Seria como extrair as matizes dos Bettas e traze-las para fora do aquário. Livres e ajustados, podem gerar resultados surpreendentes.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

INOVAR OU MANTER ?




Nas empresas de pequeno e médio porte que tenho visitado observo a preocupação em buscar alternativas para seus processos internos. Sem surpresas. A consciência da melhoria dos processos finalmente parece ter entrado na corrente sanguínea dos gestores das PME’s.


Certamente a avaliação das antigas rotinas e a preocupação em garantir que possíveis modificações nas operações terão impactos positivos internamente são bastante louváveis. Mas e a inovação dos produtos e serviços? Em que dimensão que isso é tratado nessas organizações?

Em épocas de estudo no nosso cenário político e econômico, vejo que a maior parte dos gestores que estão estabelecidos há mais tempo, tem preocupações na manutenção e desenvolvimento das operações, mas não optam ainda pelo risco de lançarem novos produtos ou serviços aos seus clientes. Vivem na eterna expectativa de modificações externas. Talvez seja um problema tipicamente nacional.


Em grande parte, as inovações têm vindo através das start-ups, onde um único tiro é dado para tentar acertar em cheio seus clientes. No entanto a natureza é outra.


A partir do aumento progressivo de novos empreendedores, seria importante que as pequenas e médias empresas sacudissem um pouco mais o mercado e seguissem pelo caminho da inovação – novos produtos, serviços, posicionamento, etc.  Ampliar a visão e acrescentar novos objetivos estratégicos, enfim. Ares de renovação são bem vindos interna e externamente.


Estas empresas já possuem o conhecimento, o perfil de seus clientes, e por preservação do negócio, estão sempre em busca de novas oportunidades, e justamente por isso conhecem as necessidades mais latentes de seus segmentos. A aposta em profissionais criativos e a simplicidade de soluções aos clientes são boas dicas para crescer em ambientes incertos.


Pequenos gaps podem trazer enormes oportunidades de negócio.  É algo para ter em mente todos os dias.

  

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ELEVAR À POTÊNCIA





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Mais uma manhã vendo os telejornais e vem aquela mesma conversa que a qualificação do brasileiro é deficiente. 

Sinto-me culpado?

Sinto-me culpado por não cobrar às pessoas que quero bem que ajam em seu próprio benefício e estudem?

Sinto-me culpado por, mesmo demonstrando todos os dias através do meu esforço pessoal em estudar para obter melhor qualificação, não transformar esta imagem em elemento de motivação aos outros que estão próximos?

Sinto-me culpado em não me fazer entender que a simples presença de um diploma não o qualifica a coisa alguma a não ser que você tenha disposição de saber mais que o mínimo e de alguma forma tentar aplicar o que, em tese, aprendeu?

Sinto-me culpado em não conseguir demonstrar a todos ao meu redor que a qualificação faz toda a diferença quando se concorre com outros tantos que buscam melhores posições?

Será que devo me culpar tanto?

Vejo que as grandes corporações optam para posições de mais alta responsabilidade por profissionais que tenham obtido algum tipo de formação acadêmica e/ou experiência fora do Brasil, ou trazem profissionais de outros países. 

Onde estaria o erro?

O sistema de ensino no país está longe de ser comparado aos melhores do mundo. Não é o pior, mas não é o que garante a melhor na formação em grande escala para novos profissionais - incomparável a determinados centros, mesmo tendo a boa vontade dos ufanistas. A boa qualificação de um indivíduo com potencial - e todos os têm por aqui - passa, certamente, por um custo financeiro pessoal estupendo. Raras exceções, certamente. 

Sobrevivemos ainda hoje, às ditaduras, ao caos urbano, à especulação financeira, à  sombra do retorno de uma hiperinflação, aos governos irresponsáveis, à insegurança pública e à corrupção país afora. Só não conseguiremos sobreviver à desqualificação do ensino. Seria reduzir à raiz e não elevar à potência a possibilidade de cada pessoa em Pindorama.

Ainda assim, vejo que há um traço de vida que se esvairá se não houver o esforço necessário para qualificar em todos os níveis à nossa desassistida educação. É bom refletir sobre nossa culpa, o quanto e como precisamos cobrar e agir para termos o retorno social que nos tire das críticas sistemáticas e procedentes a cada pesquisa mostrada nos telejornais.